Férias como Fator de Proteção à saúde Psíquica do Trabalhador| Marta Barradas

Um aspecto psicossocial importante referente ao processo de trabalho é o tempo obrigatório de descanso anual, mais conhecido como férias. Estudos apontam que muitos colaboradores preferem vender suas férias abrindo mão de seu tempo e de seus compromissos pessoais, pois tem o senso de dever e obrigação para com a empresa. Neste contexto, isto é algo que pelo contrário, compromete muito seu desempenho, bem como sua integridade física e mental.

 De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT, todo trabalhador tem direito a férias remuneradas, onde a cada um ano trabalhado, o colaborador tem o direito há um período de férias, recebendo por este descanso.  E ainda, o direito ao DSR – Descanso Semanal Remunerado, que assegura todo trabalhador o direito de descansar um dia semanalmente sem sofrer qualquer desconto no seu salário, por isso remunerado. Esse descanso geralmente ocorrerá preferencialmente aos domingos ou feriados, objetivando promover ao trabalhador o repouso necessário.

Todavia, embora a maioria das pessoas tire férias regularmente, o que se vem em muitas empresas, é a cultura da compra de férias, incentivando o trabalhador a ganhar dinheiro ao invés de descansar. Então, o cenário atual é que muitos ainda preferem trabalhar a descansar.

Estudos apontam que, ao invés de existirem organizações para aumentar a capacidade das pessoas de ganhar a vida e realizar conquistas significativas, há pessoas sacrificando suas vidas, seu lazer, seu tempo com a família e amigos, e suas aspirações pelo bem da empresa. Ou seja, ao invés do trabalho ser uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, muitos colaboradores estão investindo apenas no crescimento da empresa, em busca de alcançar metas e aumentar sua lucratividade, esquecendo-se de si.

Precisamos entender que o lazer é visto como uma necessidade psíquica, pois com ele, ocorrerá uma ruptura com a estrutura hierárquica da sociedade (e principalmente do trabalho), em que você realizará atividades lúdicas e desligadas da realidade social, a fim de ‘recarregar’ suas energias para viabilizar um equilíbrio na sua conduta dentro da rede social. Neste contexto, o período de férias configura-se não somente como um direito trabalhista, mas como um fator de proteção para saúde psíquica do trabalhador, já que descansado, estará mais motivado, e com isso, possivelmente renderá mais no ambiente de trabalho.

Já para a empresa, poderá haver a diminuição com custos de acidente no trabalho, como também os índices de doenças ocupacionais, pois conforme pesquisas, o trabalhador estressado produzirá pouco durante o exercício de suas atividades laborais, acarretando assim maiores riscos de acidente de trabalho, gerando prejuízos aos empregadores.

E você? Qual valor tem dado para suas férias? Um valor financeiro, que gera  um dinheiro à mais? Ou um valor psíquico, entendendo que com ela, você terá a sua saúde laboral revitalizada?


Marta Barradas
é Psicóloga, formada pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) com ênfase em Psicologia Organizacional e do Trabalho e Clínica . Experiência em multinacionais, atuando na área de recrutamento e seleção . Atuação também no mercado como orientadora de Carreira, e idealizadora do Projeto Jovem&Job. 

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